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Março 2009 - Ano 88 - Nº 829

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A escravidão do homem remonta à antiguidade egípcia, grega e oriental. Esta chaga da humanidade também atingiu o Brasil desde a colônia até o final do império.

Muitos estudiosos têm se esmerado em debruçar-se sobre o trabalho escravo no Brasil, porém poucos se interessam em discutir a questão da posse de escravos por escravos alforriados e ou negros nascidos livres. Infelizmente, não foram poucos aqueles que escravizaram seus compatriotas africanos.

E aqui uma página se abre para este fato contando a história de um ilustre barão, que além de ser de origem africana, possuiu uma grande quantidade de escravos em suas fazendas Santa Fé, em Chiador, Minas Gerais, Três Barras, em Três Rios e a fazenda Veneza, edificada em Valença.

O mais ilustre morador da fazenda Veneza foi o Barão de Guaraciaba, Francisco Paulo de Almeida. Único titular do império que tinha sua tez negra, título agraciado em 16 de setembro de 1887, poucos meses antes da libertação dos escravos, foi também um dos mais interessantes e curiosos homens de nossa história. Homem de grande cultura, escolheu para casar-se com uma jovem branca, de família tradicional valenciana, e se esmerou em dar aos seus onze filhos uma educação refinada. Sabe-se ainda que foi grande comerciante.

Ali, na fazenda Veneza e em outras fazendas na segunda metade do século XIX, manteve sua cultura de café até a morte de sua mulher em 1889. Sua fortuna chegava a mais de 622 mil contos de réis, contando todas as suas propriedades. Seus 413.000 pés de café tomavam conta das terras da Veneza. Depois da morte de sua esposa, Francisco Paulo, vende a fazenda para transformar o dinheiro da venda em apólices e legá-las aos seus filhos.

Sua inteligência o levou a uma escalada de ascensão social, e tudo fez para ficar mais próximo da cidade imperial, quando em 1891, adquiriu o palacete da família Mayrink, localizada em frente ao palácio imperial de Petrópolis.

Curiosamente, não existe nenhuma documentação que revele o Barão de Guaraciaba como abolicionista, ou mesmo que tenha tentado o trabalho livre em suas fazendas através de emigrantes europeus, como fizeram outros fazendeiros, até mesmo o maior dos escravistas, Joaquim José de Souza Breves, entre outros, experiência esta que levou ao total fracasso, em todo o vale do Paraíba.

Assim, no meio de um vale verdejante, nas terras de Manuel Gomes de Carvalho, barão do Amparo, se fez brotar uma das jóias arquitetônicas da história do ciclo do café no vale do Paraíba Fluminense. Este casarão construído em forma de “L”, assobradado, com as bandeiras de suas janelas decoradas com vidro colorido, nos remete a um passado de grande riqueza e a busca do belo. A grandiosidade da roda d’água de seu engenho, impressiona pelas suas dimensões e nos traz o som de seus movimentos incessantes, e faz com que nossa imaginação voe no tempo.

No início do século XX, o imóvel é adquirido por Gabriel Vilela Sobrinho. Em 1970, o mesmo passa a ser de Horácio Gomes Leite de Carvalho Jr, que depois passou a pertencer a Sra. Lili de Carvalho, tendo sido vendido em 2008.

Como a grande maioria das antigas fazendas de café, esta também tornou-se um grande pasto para a criação de bovinos.

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