O
dia 08 de julho foi marcado por um importante passo
no processo de profissionalização administrativa
do Museu do Café. Em reunião no edifício
da Bolsa Oficial de Café, o Conselho de Administração
da Associação dos Amigos do Museu do
Café nomeou Linneu Carlos da Costa Lima como
seu novo presidente. Lima assume o cargo que desde
2005 era comandado por Guilherme Braga Abreu Pires
filho, Diretor Geral do Conselho dos Exportadores
de Café do Brasil (CECAFÉ).
Linneu Carlos da Costa Lima, de 68 anos, é
agricultor ligado à cultura cafeeira e filho
de Renato da Costa Lima, ex-presidente do Instituto
Brasileiro do Café (IBC), entre 1958 e 1960,
no governo Juscelino Kubitscheck, e ex-ministro da
Agricultura no período parlamentarista do governo
de João Goulart.
Antes de assumir a presidência da Associação
dos Amigos do Museu do Café, Linneu foi vice-presidente
da Sociedade Rural Brasileira – da qual permanece
como conselheiro até hoje – e presidiu
a Cooperativa de Cafeicultores de Mococa. Entre janeiro
de 2003 e julho de 2007, exerceu o cargo de Secretário
da Produção e Agroenergia do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, quando
trabalhou com os ministros Roberto Rodrigues e Luis
Carlos Guedes Pinto. Após sua saída
do ministério, Costa Lima integrou a Comissão
Interamericana de Biocombustíveis, com sede
em Miami, nos Estados Unidos.
A indicação do nome de Costa Lima teve
como base a experiência à frente da secretaria
federal e as boas relações do novo presidente
em todos os segmentos do setor cafeeiro. “Ele
é um homem da área de café que
tem bom trânsito em todas as entidades nacionais
do setor e a sua presença fortalece a atuação
nacional do Museu. Além disso, tem experiência
nos governos Estadual e Federal”, explicou Eduardo
Carvalhaes Jr., ex-diretor de desenvolvimento do Museu
do Café.

O Conselho de Administração, presidido
pelo Sr. Luiz Marcos Suplicy Hafers, aceitou de forma
unânime a indicação do presidente
Guilherme Braga Abreu Pires Filho ao nome de Costa
Lima. Em seu discurso de posse, o novo presidente
exaltou o orgulho de assumir o comando da instituição
e o desejo de continuar o bom serviço da gestão
anterior. “Eu me proponho a lutar pelo Museu
do Café com toda a minha força física
e intelectual, para prosseguir o grande trabalho que
já vem sendo realizado”, afirmou.
Entre as prioridades estabelecidas pelo novo presidente
para sua gestão, estão as obras de conservação
e restauração do edifício da
Bolsa Oficial de Café. As principais são
as adaptações na sala do andar térreo,
que abrigará o Centro de Informação
e Documentação, e também as reformas
no terceiro andar, que contará com restaurante
e auditório.
A verba para a primeira, com conclusão prevista
para setembro, foi conseguida por meio do “Programa
Caixa de Adoção de Entidades Culturais”,
da Caixa Econômica Federal. O Museu do Café
foi uma das 31 entidades selecionadas, entre proponentes
de todo o Brasil, e conseguiu a liberação
de R$ 106 mil para a implantação do
projeto.
Já para o terceiro andar, a nova diretoria
espera contar com a readequação orçamentária
pleiteada junto à Secretaria de Estado da Cultura
para o ano de 2010. O repasse originalmente estabelecido
é de R$ 1,5 milhão, porém, para
atender suas demandas, o Museu do Café trabalha
para conseguir um acréscimo de 40%, chegando
a R$ 2,1 milhões.
Na esfera cultural, Costa Lima almeja a consolidação
da instituição como referência
nacional na preservação da história
do produto. “Temos que trazer para o Museu do
Café um acervo à altura de sua representatividade
para o país. Aglutinar e produzir materiais
que ajudem a contar a história do café
e sua influência social, econômica e política
no desenvolvimento do Brasil”, explica.
Ainda durante a reunião de conselho, o então
gerente geral do Museu do Café, José
Elias Hiss, assumiu o posto de novo Diretor Administrativo
da instituição. Hiss é ex-diretor
da Agência Metropolitana da Baixada Santista
(AGEM) – onde também acumulou o cargo
de diretor executivo.
Profissionalização
As nomeações do novo presidente e diretor
administrativo fazem parte do processo de profissionalização
administrativa do Museu do Café. A entidade
passa agora a ter sua diretoria formada por profissionais
remunerados e dedicados em tempo integral às
atribuições da instituição.
O ex-presidente Guilherme Braga Abreu Pires Filho
ressaltou que o crescimento das atividades, impulsionadas
pela assinatura do Contrato de Gestão firmado
junto à Secretaria de Estado da Cultura –
oficializada em novembro de 2008 –, exige novo
regime de gestão. “É essencial
que os novos diretores possam se dedicar de forma
integral aos serviços do Museu do Café,
além de reunir competências específicas
para o exercício de cada função”,
ponderou.
Outra ação no mesmo sentido, também
destacada durante o encontro do Conselho de Administração,
é o convênio assinado entre o Museu do
Café e a Universidade Católica de Santos
(Unisantos). A instituição de ensino
será responsável pela elaboração
do organograma institucional e do planejamento estratégico
da entidade.
Transição
Com
o objetivo de assegurar a continuidade dos trabalhos
colocados em prática nos últimos anos
– que impulsionaram as atividades no Museu do
Café e culminaram com o contrato de gestão
assinado junto à Secretaria de Estado da Cultura
– o Conselho de Administração
aprovou a criação de um Comitê
de Transição.
Formado pelos antigos membros da diretoria –
Guilherme Braga Abreu Pires Filho, Eduardo Carvalhaes
Jr., Antonio Carlos Cavaco e José Moreira Lima
-, o comitê terá duração
de seis meses com a função de concluir
o processo de organização institucional
do Museu.
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