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Setembro 2008 - Ano 87 - Nº 827

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Tradicional torrefadora, empresa leva a sua marca para o exterior em cafeterias que recebem o público em um ambiente acolhedor com produtos brasileiros de alta qualidade.

Para os japoneses, a cor bordô utilizada no logotipo da marca Café do Centro é a mesma da “terra roxa” dos cafezais onde os seus conterrâneos trabalhavam no século passado, no interior de São Paulo e Paraná. Tradicionalmente respeitadores dos mais velhos e reverentes à própria história, os japoneses não poderiam, portanto, deixar de lado tal referência. Ao contrário, a tonalidade ganhou destaque e proporciona um toque quente e acolhedor ao ambiente das duas primeiras cafeterias brasileiras instaladas em Tóquio através da parceria Branco Peres Comércio Atacadista Ltda./Café do Centro Japan.

A primeira loja Café do Centro no Japão, inaugurada em 2006, fica próxima do Palácio Imperial, valorizada área urbana da capital japonesa. A segunda, aberta um ano depois, está no bairro Ayoama, onde fica a sede da ONU. Desde a inauguração, já foram vendidos mais de 500 mil cafezinhos nos dois endereços, que atendem diariamente cerca de mil clientes.

Os números das vendas e a boa receptividade do público deram aos investidores – que gastaram a soma de US$ 500 mil em cada unidade --, a segurança de estar no caminho certo. Tanto, que a empresa prepara a inauguração, em novembro, da primeira loja Café do Centro em Taipei, Taiwan. Será a terceira unidade do ousado plano de expansão estabelecido pela companhia, que pretende ter 100 pontos comerciais no continente asiático em dez anos, por meio de sistema de franquias.

Curiosamente, investir em estabelecimentos comerciais nunca foi prioridade do Café do Centro, que aqui no Brasil abastece com seus grãos especiais bistrôs, restaurantes, cafés, hotéis, bares diferenciados. Mesmo porque não poderia, como fornecedora, concorrer com seus clientes. Em 2001, quando a companhia foi escolhida por investidores japoneses por sua solidez e produtos de qualidade, as coisas mudaram. Do primeiro contato à formatação do projeto e à consolidação do negócio, passaram-se cinco anos. Tempo suficiente para Branco Peres projetar bons resultados para o novo filão.

A abertura da primeira loja em 2006 foi planejada item a item, incluindo a placa inaugural, que foi levada do Brasil por Rodrigo Branco Peres, diretor administrativo do Café do Centro. O projeto privilegiou o amplo balcão e o espaço para mesinhas e cadeiras, em um estilo que leva a um autêntico café tupiniquim. Nas paredes, fotos de época, desenhos e gravuras com motivos ligados à cultura do café. O staff de atendimento foi escolhido a dedo, e baristas brasileiros ensinaram as receitas exclusivas das bebidas. Na inauguração, até uma ótima cantora de bossa nova (que não falava uma palavra em português) encantou os convidados.

Rodrigo Branco Peres,
diretor administrativo do Café do Centro

Hoje, afinado com o modo de ser e de trabalhar daquele povo, Rodrigo Branco Peres pode afirmar que “o japonês é o consumidor mais exigente do mundo, só toma café de muita qualidade. No inverno prefere os quentes, no verão, gelado”. Daí vem o sucesso dos expressos feitos com grãos gourmets e especiais entre o público formado por universitários, corretores da Bolsa, funcionários dos bancos e empresários. Esse mix de freqüentadores aprecia também cappuccino, drinks à base da bebida, e um refresco de café servido no copo, bem gelado. As lojas ainda servem sucos de frutas brasileiras, além de lanches variados e pão de queijo.

O empresário reconhece o papel do Japão como propagador de novidades em toda a Ásia. As cafeterias em Tóquio favoreceram novos contatos do Café do Centro para venda de café pronto para consumo em mercados como França, Emirados Árabes, Chile, Estados Unidos. Internamente, os benefícios foram igualmente sentidos: “Os clientes reconhecem como é difícil ter um nome lá fora. As cafeterias no Japão nos deram mais exposição até mesmo aqui, e nossa carteira de clientes aumentou”, diz Rodrigo.

Projeto personalizado


Aspecto da loja em Ayoama – tradicional e moderno convivem
A primeira cafeteria brasileira em Taipei, cujo investimento totaliza US$ 600 mil, ficará no bairro Xinyi, novo centro econômico que vem atraindo empresas estrangeiras, e onde está sendo construída uma estação de metrô que fica a apenas 3 minutos a pé da cafeteria. Naquela cidade, perto de 90% das refeições são feitas na rua, e redes estrangeiras levaram um estilo americanizado de consumo. Após estudos, os investidores decidiram por uma cafeteria com 170 m2, para abrigar o balcão, sala VIP e área de mesas. A carta de cafés seguirá a linha de Tóquio.

Além das canecas e da xícara tradicional, haverá café em copo maior. Também terá sucos de frutas, e, entre os comestíveis, pão de queijo recheado de chocolate e de creme, bolos variados e sanduíches.

História de qualidade
As atividades do Café do Centro começaram em São Paulo, em 1916, por iniciativa de David Nahum. A torrefação ficava na extinta Rua Anhangabaú, e a primeira cafeteria da empresa funcionava na Travessa do Comércio, lugares nobres da cidade. A marca fez história nos 60 anos seguintes graças à qualidade do grão, que podia ser adquirido em mercados ou era entregue em domicílio.
A segunda parte da história do Café do Centro começou em 1995, quando o grupo de agronegócios Branco Peres comprou a torrefadora e deu início a um processo de expansão. A torrefadora foi transferida para Adamantina, interior de São Paulo, onde são moídas mensalmente 50 toneladas de grãos de cafés de origem superior e gourmet. A produção é voltada ao mercado interno, e cerca de uma tonelada para países da América, Europa, África e Ásia.
O Café do Centro é reconhecido como uma das principais marcas de café Premium do país. Além do tradicional café gourmet, a empresa é a única a disponibilizar grãos de origem arábica – um tipo mais requintado, com blends diferenciados¨- de seis regiões do Brasil: Mogiana, Paraná, Bahia, Cerrado Mineiro, Espírito Santo e Sul de Minas. 
Com uma cartela de cerca de 3.000 clientes, o Café do Centro pode ser saboreado em restaurantes, cafeterias e bares. Também está à venda em lojas como o Empório Santa Luzia, em São Paulo. A marca oferece ainda a versão sachê, voltada para bistrôs, escritórios e pequenos comércios.

 

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