O
Cerrado Mineiro é a primeira região
do mundo a ter uma Indicação Geográfica
para café, de acordo com as normas da Organização
Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI) e do Instituto
Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Diversos
cafeicultores do local também estão
com suas propriedades e cafés certificados,
o que dá o direito ao cafeicultor de utilizar
o título da Indicação de Procedência,
passando esse direito de uso automaticamente ao exportador.
Assim, a Indicação Geográfica
é um importantíssimo diferencial de
venda.
Essa
conquista é o resultado de um trabalho
realizado pelo Conselho das Associações
dos Cafeicultores do Cerrado (CACCER), que reúne
seis associações, oito cooperativas
e uma fundação de pesquisa. Na Região
Demarcada do Cerrado, composta por 55 municípios,
há 160 mil hectares cultivados com café
e aproximadamente 3 mil e 500 cafeicultores, que
produzem aproximadamente 3 milhões e 800
mil sacas por ano, informa o Superintendente do
CACCER, José Augusto Rizental. |
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O
CACCER possui uma parceria com o SEBRAE, o qual através
do projeto Educampo alavanca a Certificação
de Propriedade do Café do Cerrado na região.
Atualmente, cerca de 100 propriedades produzem mais
de 500 mil sacas ano, certificadas pelo CACCER, de
acordo com normas do INMETRO, por empresas de terceira
parte como IMO e SGS. “Começamos o próximo
semestre produzindo 750 mil sacas de cafés
certificados e teremos o maior número de propriedades
cafeicultoras certificadas no mundo”, destaca
Rizental.
O grau de Certificação da Propriedade
varia de 1 a 4 estrelas; o primeiro nível (1
estrela) já atende ao mercado internacional
com todos os quesitos de segurança alimentar,
rastreabilidade e boas práticas agrícolas.
O Código de Conduta da Propriedade Produtora
Café do Cerrado (protocolo) foi construído
desta forma, devido à demanda de uma exportadora
de cafés certificados.
Outra vantagem no processo de Certificação
de Propriedade é a melhoria nas fazendas e,
conseqüentemente, do produto. Há ganhos
em vários aspectos, como organização,
produtividade, administração do negócio,
boas práticas agrícolas, qualidade e
outros, afirma Rizental.
Além da propriedade, há também
a certificação da qualidade da bebida
do café. As Cooperativas filiadas ao sistema,
enviam amostra dos lotes de cafés de seus produtores,
que são recodificados pelo CACCER passando
assim por uma nova prova de bebida realizada por juízes
da Associação Americana de Cafés
Especiais (SCAA). Por este processo a Certificação
do Café do Cerrado é a única
que certifica além da propriedade, a qualidade
do produto final. Os lotes que atingem 75 pontos acima
na escala SCAA recebem a Certificação
da Qualidade e o direito de usar o selo Café
do Cerrado. É almejado que com esse processo
de Certificação de Qualidade gere-se
uma maior tranqüilidade ao comprador, assim,
quando o mundo pensar em cafés certificados
com origem e qualidade, pensará na Região
do Cerrado.
Através da Certificação de Propriedade
e de Origem e Qualidade (Produto), o CACCER firmou
a parceria com a ABIC, formulando o Programa Cafés
Sustentáveis do Brasil, o qual visa um produto
sustentável e de qualidade para o consumidor
final. Nesta parceria, as torrefações
certificadas no programa PQC (Programa de Qualidade
do Café) devem comprar 60 % dos cafés
certificados produzido na Região do Cerrado
Mineiro.
Para fortalecer ainda mais os sistemas de certificação,
em parceria com o SEBRAE, o CACCER está implantando
a norma ISO 9001. Ademais, hoje no Sistema há
8 Cooperativas preparadas para atender ao mercado,
todas respeitam as condições postas
pelo Conselho (CACCER), que é a de preservar
os lotes sem misturar os cafés dos produtores.
Todos esses cafés certificados passam por auditorias
no momento dos embarques. Enfim, a Certificação
do Café do Cerrado (www.cafedocerrado.org.)
é a única que valida a Origem, garante
os Processos e certifica a Qualidade do produto final.
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