Home
Porto do Rio Consolida Retomada das Exportações de Café
Multiterminais Amplia Estrutura Operacional
Junho 2008 - Ano 87 - Nº 826

AVANÇAR
11
VOLTAR
 

A saúde é o maior bem da vida. Uma boa alimentação e educação são as fontes para a perfeita saúde física e mental. Apenas o consumo adequado de nutrientes é capaz de proporcionar energia para as atividades diárias normais do adulto e as necessidades de crescimento da criança. Nos Estados Unidos, mais de 1/3 das crianças apresenta obesidade devido à substituição da alimentação natural por uma artificial. O excesso de calorias leva à obesidade, um problema dos países em desenvolvimento, onde a alimentação natural foi quase que inteiramente substituída por produtos industrializados artificiais (“fast-food” e bebidas artificiais).

Especialistas concordaram durante um encontro da Organização Mundial da Saúde (OMS) em estabelecer uma nova definição para o mal nutrido, que inclui a obesidade, com objetivo de fazer com que governos, pais e professores lutem contra os problemas da má alimentação de forma unida. Os especialistas sustentam que a obesidade e a desnutrição são faces da mesma moeda e lembram que, no mundo, 170 milhões de crianças estão abaixo do peso, enquanto 300 milhões de adultos são obesos. Na atualidade, a nutrição causa doenças nos países ricos devido aos excessos, como obesidade, doenças cardiovasculares, câncer, diabetes, enquanto nos países pobres, a desnutrição é um problema comum.

Desenvolvimento Cognitivo

O desenvolvimento cognitivo da criança se dá conjuntamente com conhecimento construído através do acesso à cultura. As funções mentais superiores articulam-se de acordo com um processo evolutivo até atingirem o pensamento recursivo, gramatical, lógico, sistêmico, conexo e articulado, transformando crianças em sujeitos epistêmicos, adultos participantes da sociedade letrada. Esta competência adaptativa do cérebro é fascinante. Além das características herdadas dos pais, que são transmitidas geneticamente, os processos cognitivos correlacionados à atividade do cérebro envolvida nas tarefas escolares e na construção de conhecimentos de conteúdos curriculares, dependem muitíssimo dos fatores ambientais para determinar grande parte a aprendizagem.

A altura e o peso de um indivíduo tem uma infuência de 85 a 90 % por parte dos gens. Quem nasce com determinaçào genética para ser gordo ou magro, alto ou baixo, pouco pode fazer para mudar isto. Mas o peso da genética na determinação das características de personalidade e desempenho intelectual é bem menos preponderante. Uma criança pode nascer com um grande potencial herdado de seus pais e avós, mas pode perdê-lo completamente se conhecer a desnutrição e não for a escola ou receber uma educação especializada.

O homem nasce com menos de 1/3 de suas conexões cerebrais feitas, sendo que o trabalho da educação para o desenvolvimento de competências cognitivas e para a modelação de estratégias lógicas complexas do conhecimento, fará o restante durante toda sua vida. A cognição precisa de estímulos interacionais para progredir, aumentando ou diminuindo na exata medida que cérebro é chamado a trabalhar. Mesmo pessoas mais velhas podem manter-se ativas desde que se mantenham as várias áreas do cérebro trabalhando. Quanto mais a pessoa usar o cérebro, mais saudável e mais produtiva para a vida ela se torna. Por outro lado, um meio social próspero no lar, uma saúde psíquica e corporal, uma educação carinhosa e ponderada e uma educação escolar motivada e estimulante podem ativar de forma significativa a aprendizagem da criança. Crianças ricas ou não possuem o mesmo potencial de intelectivo, desde que objetivamente estimulado.

Preconceito contra o café

Enquanto que o preconceito contra o café faz com que as crianças tomem pouco ou mesmo não tomem café diariamente, puro ou com leite, o mesmo não acontece com outras bebidas. Na atualidade tomar refrigerantes ou sucos artificiais para saciar a sede é um hábito diário de quase todas as crianças, em lugar de um simples copo de água. E estudos recentes feitos por médicos ingleses detectaram que o consumo exagerado de refrigerantes por adolescentes não apenas ajuda a destruir os dentes mas pode provocar problemas de comportamento e afetar o crescimento. E ao mesmo tempo, as crianças são erroneamente educadas de que o consumo de café pode ser prejudicial para a saúde.

O fato de que o consumo regular e moderado de café pode melhorar a atenção, concentração, memória, aprendizado e humor de crianças além de atuar na prevenção da apatia, depressão/suicídio e o consumo de drogas como o álcool, torna obrigatória a inclusão do café na merenda escolar em todas as escolas diurnas em todo o mundo, desde que o café seja tomado com moderação. O café consumido desde a infância ajuda na prevenção de diabetes na vida adulta, Parkinson, Alzheimer e diversos tipos de câncer (fígado, pele, mama, coloretal).

O Projeto Café na Merenda visa proporcionar a todas as criancas do Brasil e do mundo uma alimentação saudável e natural, além de ajudar a melhorar o aprendizado e prevenir doenças na infância e na vida adulta. O Projeto Café na Merenda motivou a realização de pesquisas científicas para investigar a aprendizagem formal e as competências cognitivas e lingüísticas correlacionadas ao uso do café em crianças com deficiência visual, surdez, deficiência intelectual e crianças abrigadas, vítimas de privação e violência em parceria com a ABRAPA.

O Projeto também serviu para o desenvolvimento e implantação de 10 plataformas computadorizadas com o NCE-UFRJ, chanceladas pela ONU, para colaboração científica e prestação de serviços visando a realização de pesquisas sobre o desenvolvimento global e a nutrição infantil, incluindo o café na merenda escolar para crianças na escola regular: http://www.abrapabr.org.br/plataformas/esgrima/index.html, bem como para crianças deficientes visuais que serão estudadas no Instituto Benjamin Constant do Rio de Janeiro (IBC-MEC): http://www.abrapabr.org.br/plataformas/ibc/index.html, crianças surdas do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES-MEC): http://www.abrapabr.org.br/plataformas/ines/index.html, com apoio da ONG, Associação Brasileira de Problemas de Aprendizagem (ABRAPA): http://www.abrapabr.org.br/plataformas/abrapa/index.html, o projeto inclui também crianças abrigadas pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (vítimas de abandono e abuso): http://www.abrapabr.org.br/plataformas/tuia/index.html, além de deficientes mentais:http://www.abrapabr.org.br/plataformas/cristaal/index.html.

A metodologia construída por estes cientistas busca um novo modelo de ser humano e de Educação, que vai além da cópia, do treinamento e da repetição, característica da escola convencional. Para apresentar este novo paradigma, desenvolveu-se um conjunto de jogos neuropsicopedagógicos e metacognitivos, construídos de acordo com um modelo lúdico isomórfico às funcões mentais superiores e aos sistemas de processamento da consciência.

Este modelo permite construir um perfil cognitivo do sujeito, identificando as áreas de força e de fraqueza das habilidades e competências cognitivas e verbais. A partir deste perfil, os mesmos jogos foram desenvolvidos para serem aplicados através de um procedimento chamado “elaboração dirigida” para provocar a metacognição, promovendo a diminuição de decalagens entre as funções prejudicadas e as funções preservadas. A metodologia tem obtido desde então inúmeros resultados positivos na educação de crianças em geral, inclusive as crianças com deficiência.

O objetivo corrente do trabalho é dar acesso a estes novos paradigmas, que servem de modelo para inovar a Educação de crianças tanto normais como com deficiencia, através da informatização de todo o processo de mediação e interação social realizada através de meios ricos e complexos (jogos neuropsicopedagógicos e metacognitivos) e confirmar os possíveis benefícios do consumo diário de café.

BIBLIOGRAFIA:
SEMINERIO, F. L. P. ; ANSELMÉ, C. R. ; CHAHON, M. . Metacognição: um novo paradigma . Arquivos Brasileiros de Psicologia, Rio De Janeiro, v. 51, n. 1, 1999. p. 110-126.
SEMINERIO, F. L. P. ; ANSELMÉ, C. R. ; CHAHON, M. . Novos Rumos na Psicologia e na Pedagogia. Metacognição: uma nova opção. Arquivos Brasileiros de Psicologia, Rio de Janeiro, v. 49, n. 3, 1997. p. 5-22.
SEMINERIO, F. L. P. ; ARAUJO, T. C. F. ; OLIVEIRA, R. M. ; RAMUNDO, C. ; MOURAO, B. L. A. ; BOTELHO, M. G. B. ; CERQUEIRA, L. C. . Metaprocesso: A Chave do Desenvolvimento Cognitivo. Uma Realização da Pedagogia Contemporânea. Rio De Janeiro: Fundacao Getulio Vargas, 1988.

Ref.: Santos, R.M. & Lima, D.R.: Coffee, The Revolutionary Drink for Pleasure and Health, XLivris, 2007, USA.

Darcy Roberto Lima, Professor do Instituto de Neurologia, UFRJ; Carla Verônica Machado Marques, Professora e Pesquisadora do Núcleo de Computação Eletrônica (NCE), UFRJ; Instituto Benjamin Constant (IBC), MEC ; Instituto Nacional de Surdos (INES) e ONU.

REVISTA DO CAFÉ - INÍCIO
 
Rua da Quitanda, 191 - 8º andar - Centro - Rio de Janeiro - Brasil - Tel: (21) 2516-3399 / Fax: (21) 2253-4873 - email: riocafe@cccrj.com.br
Todos os direitos reservados - copyright 2006 - Centro de Comércio do Café do Rio de Janeiro - Desenvolvido por Ivan F. Cesar