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Dezembro 2008 - Ano 87 - Nº 828

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O Novo Consumidor Brasileiro” foi o tema central do 16° Encafé, que aconteceu entre os dias 19 e 23 de novembro, no Resort Enotel, na paradisíaca praia de Porto de Galinhas, no litoral Pernambucano. Reunindo mais de 550 participantes, o evento, promovido pela ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café discutiu e analisou, em seus painéis e palestras, diversas oportunidades de mercado e as perspectivas do agronegócio café para 2009.

Em seu discurso de boas-vindas, na cerimônia de abertura, o presidente da ABIC, Almir José da Silva Filho, disse que sua expectativa é que a crise mundial não afete os negócios de café no Brasil. “O café vai continuar a ocupar a mesa do brasileiro diariamente”, disse, acrescentando em tom bastante otimista que “a tecnologia de produção evolui possibilitando a oferta de produtos de qualidade a preços acessíveis. Portanto, está mantido o objetivo de industrializarmos 21 milhões de sacas no ano de 2010”.

Também otimista foi a apresentação feita, também na cerimônia de abertura, pelo diretor executivo da OIC – Organização Internacional do Café, Néstor Osorio. Ele fez uma avaliação da influência da crise econômica mundial sobre a cafeicultura, e trouxe boas notícias para o setor. Na sua opinião, os preços devem se manter estáveis, seguindo os fundamentos de mercado. Seu tom positivo é ancorado na básica lei da oferta e procura. Para tanto, citou o consumo mundial na ordem de 128 milhões de sacas e uma produção de 138 milhões nessa safra. O consumo deve seguir crescendo na ordem de 2 milhões de sacas/ano, enquanto o quadro de oferta tende a diminuir, lembrando que o mundo não tem mais estoques, o que deixa o mercado em uma situação bastante vulnerável.

Ainda durante esta solenidade, foi oficializado o novo convênio entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, Apex-Brasil, e a ABIC, para o período 2008–2010, que prevê investimentos de R$ 24,084 milhões em ações de promoção do café industrializado (em grão torrado ou torrado e moído) no mercado internacional, visando o aumento das exportações. O novo projeto prevê, também, novas estratégias para a inserção dos Cafés do Brasil em diferentes mercados, principalmente os considerados “traders”, que são países ou regiões com um alto potencial de comercialização dos produtos, mas ainda com baixo consumo, como Panamá, Chile, Turquia e Cingapura, entre outros.

Consumo e Qualidade

A parte de palestras foi aberta com uma boa notícia para as indústrias de café. Nos últimos cinco anos houve um aumento de seis pontos percentuais no total de pessoas que consomem café habitualmente. O dado faz parte da sexta edição da pesquisa “Tendências do Consumo de Café no Brasil”, apresentada por Ivani Rossi diretora da InterScience.

O salto de 91% para 97% no consumo, segundo Ivani Rossi, diretora de planejamento da empresa, indica que este é um mercado maduro, ou seja, com quase 100% de penetração. Por isso, ressalta a socióloga, a necessidade de inovar e de revisar conceitos é muito importante para manter e ampliar o consumo.

A exemplo da pesquisa realizada no ano passado, a melhoria da qualidade é fundamental, e a inovação é uma palavra que volta, tanto para conquistar o público mais jovem, como para manter a penetração da bebida nos patamares em que se encontra. No que se refere aos jovens, boas notícias também: os dados apontam para um crescimento de nove pontos percentuais no número de consumidores entre 15 a 19, chegando a 94%.

Para o consultor Eugênio Foganholo, diretor da Mixxer Desenvolvimento Empresarial e coordenador do painel “o Novo Consumidor Brasileiro”, a tendência do setor é mesmo ir ao encontro do consumidor jovem. “Um dos indicativos de que o mercado se move nesta direção é a campanha publicitária realizada pelo Ministério da Agricultura”, disse. Numa das peças, um filme de 30 segundos feito para veiculação em TV, o café é associado a características positivas, como a melhora do humor e aumento da concentração. Foganholo observa que, até mesmo os modelos da propaganda são jovens, algo que reforça a perspectiva de atrair as novas gerações que parecem, gradualmente, perder o hábito de “tomar um cafezinho”.

Novos canais de distribuição e a importância do café no fast-food também foram debatidos. Outro tema que marcou as diversas palestras foi sobre o mercado de cafés sustentáveis – cujo conceito se baseia no processo produtivo que cumpra, obrigatoriamente, todos os requisitos de sustentabilidade econômica, social e ambiental.

Uma das conclusões é que o mercado dos cafés socialmente correto deva seguir o mesmo caminho percorrido pelos cafés gourmets: um segmento que começou muito pequeno, ainda nos anos 90, e que hoje cresce na ordem de 15% ao ano ou mais, enquanto o setor de cafés tradicionais evolui em média de 1,5% a 2% ao ano. O crescimento do nicho de gourmet ocorreu pela maior qualidade oferecida. Já a maior demanda dos cafés sustentáveis ocorrerá em função da maior conscientização da população sobre o que são esses cafés socialmente corretos e sobre a necessidade de se preservar condições de vida saudáveis para as futuras gerações. Diante desses consumidores mais exigentes e rigorosos, e em vista do mercado cada vez mais competitivo, a sustentabilidade será o grande diferencial das indústrias de café nos próximos dez anos.

Essa foi uma das conclusões a que chegaram os quatro executivos que participaram do painel “Sustentabilidade e as Indústrias de Café”. Em formato de entrevista e coordenado por Nathan Herszkowicz, o painel contou com a participação de Francisco Campiche, gerente Técnico e de Qualidade da Nespresso para a América Latina; Ricardo Carvalheira, presidente da Starbucks do Brasil; Sydney Marques Paiva, presidente da indústria Café Bom Dia e Almir José da Silva Filho, diretor-executivo da indústria Café Toko.

Melhor café do Brasil

Durante o Encafé foi também realizado o já tradicional Concurso Nacional ABIC de Qualidade do Café. O produtor paulista Homero Teixeira de Macedo Junior, da Fazenda Recreio, de São Sebastião da Grama, região Mogiana, foi o grande campeão desta quinta edição do concurso. Seu lote recebeu o maior lance no leilão: foi arrematado por R$ 2.470,00 a saca pelo Consórcio Qualidade Brasil, integrado pelas empresas Café Guidalli, Café Campeão, Café Vista Linda e Café Santes.

Homero de Macedo Junior também foi o 1º colocado na categoria Café Descascado. Já o produtor mineiro Francisco Luiz da Costa, da Fazenda Santana, localizada no município de Jacuí, na região do Sul de Minas, conquistou o 1º lugar na categoria Café Natural. Seu lote foi comprado por R$ 2.200,00 a saca pelo Consórcio Brasil, formado por Café Damasco, Café Cajubá, Café Iguaporã e Café Toko.

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