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Dezembro 2008 - Ano 87 - Nº 828

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Chegamos ao Cerrado Mineiro no ano de 1986, e logo depois teve início uma grave crise, que viria a somar-se, em 1990, ao fim do Instituto Brasileiro do Café, o IBC. Nós, produtores, nos sentimos órfãos de pai e mãe, mas logo começamos um movimento que daria início à criação das associações de cafeicultores. A primeira foi a de Araguari, na seqüência vieram outras cinco. Com a necessidade de um órgão gestor, criamos em 1992 o Conselho das Associações dos Cafeicultores do Cerrado – CACCER, que é detentor da marca Café do Cerrado e que possui uma região demarcada, composta por 55 municípios com aproximadamente 160 mil ha de café.

Como uma coisa puxa a outra, depois das associações veio também a necessidade de viabilizar o armazenamento e a comercialização do café produzido na região; demos início, então, à criação das Cooperativas dos Cafeicultores do Cerrado. Hoje são seis cooperativas responsáveis pelo recebimento de perto de 1,5 milhões de sacas.

Depois da crise de 1992 e da criação do Plano Real, a cafeicultura entrou em uma fase muito boa (1994 a 1998). Os produtores que conseguiram sobreviver àquela crise melhoraram as suas propriedades, tendo como principais incrementos o aumento da produtividade e a melhoria da qualidade.

O ciclo de baixa seguinte veio justamente em 1998. Os custos eram tão altos que assustavam os produtores. Façamos uma breve comparação do início do Plano Real com os dias de hoje:
Para ficar mais claro: naquele período o café teve um aumento de preço de 30%, contra 500% no aumento do custo. A situação persiste, ou seja, os custos continuam extremamente altos, o que torna a nossa atividade difícil.

Para produzir café de forma sustentável, é necessário, sem dúvida, obedecer às normas ambientais e sociais; mas também é preciso observar a parte econômica do negócio, que é o que mantém viva a nossa cafeicultura.

Tivemos uma valorização do dólar em torno de 35%, e o preço do café não mudou. Está na hora de os produtores fazerem uma análise detalhada de cada talhão de café de sua lavoura, lembrando que lavouras com média de 15 a 20 ha, além de não darem lucro, acabam competindo com o talhão de melhor produtividade.

Nossa cafeicultura sempre está em busca de inovações, com o objetivo de agregar valor ao café do Cerrado. Com a introdução da certificação, tornamos o produtor mais profissionalizado, no entanto é importante que ele seja também melhor remunerado. O crescimento significativo dos cafés Gourmet me parece ser o caminho para melhorarmos a renda do produtor. Também vejo oportunidade para trabalharmos melhor a imagem CAFÉS DO BRASIL, de forma mais integrada e inteligente, marcando posição de maior Produtor e Exportador e mostrando que temos cafés de todos os padrões, inclusive de altíssima qualidade, como por exemplo, a TORREFADORA ITALIANA ILLYCAFÉ.

Francisco Sérgio de Assis
Presidente do CACCER (Conselho das Associações dos Cafeicultores do Cerrado)

REVISTA DO CAFÉ - INÍCIO
 
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