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Dezembro 2009 - Ano 88 - Nº 832

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Posse de João Sampaio e Roberto Rodrigues como conselheiros, mostra sobre os 90 anos da SRB e apresentação do Centro de Informação e Documentação também marcaram o evento.

O Museu do Café viveu uma noite memorável no dia 22 de outubro. A solenidade de inauguração da exposição “O intercâmbio entre as culturas – França e Brasil – cafés, feiras e ciência” atraiu para o edifício da antiga Bolsa Oficial de Café autoridades políticas e importantes nomes do setor cafeeiro de todo o Brasil. A noite foi marcada ainda pelas posses do Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, João de Almeida Sampaio Filho, e do ex-Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e atual Coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas, Roberto Rodrigues, como conselheiros da Associação dos Amigos do Museu do Café. Os convidados ainda puderam acompanhar a abertura da mostra sobre o transcurso dos noventa anos da Sociedade Rural Brasileira e a apresentação da sala que abrigará o novo Centro de Informação e Documentação do Museu do Café.

Luiz Marcos Suplicy Hafers, Presidente do Conselho de Administração da Associação dos Amigos do Museu do Café, falou da importância para a instituição em contar em seu quadro de conselheiros com nomes da grandeza de João de Almeida Sampaio Filho e Roberto Rodrigues. “O Museu do Café traz para o conselho duas pessoas muito importantes, principalmente parceiros e lutadores”, ressaltou Hafers. “Os dois são batalhadores dos interesses nacionais e da agricultura”, completou.


Luiz Hafers e Roberto Rodrigues

Luiz Hafers e João de Almeida Sampaio Filho

Empossado como Conselheiro, João de Almeida Sampaio Filho reforçou o desejo de contribuir para que o Museu do Café se torne referência na preservação da história do produto. “Quero reiterar aqui com vocês esse compromisso de fidelidade. Fidelidade com a nossa amizade, fidelidade com o trabalho, para que a gente possa efetivamente construir um Brasil melhor. Preservando a nossa história, enaltecendo o que nós temos de bom e com isso enxergando um futuro melhor”, afirmou.

O Presidente do Museu do Café, Linneu Carlos da Costa Lima, em seu discurso de abertura, também enalteceu o ingresso de duas figuras tão representativas no cenário da agricultura nacional no conselho da instituição e destacou o desafio do Museu do Café em se posicionar como o principal representante na preservação da história do café. “O agronegócio do café tem força e determinação para apresentar ao país um equipamento cultural atuante, dedicado à preservação, mas também ao ensino e à educação”, afirmou.

Em sintonia com o discurso de Costa Lima, a Coordenadora da Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico (UPPM) da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, Claudinéli Moreira Ramos, ressaltou o sentimento de parceria e a importância do trabalho em conjunto que a instituição e o Governo do Estado de São Paulo vêm desempenhando. “Esperamos que a partir de 2010 a gente desenvolva o projeto para termos a nova exposição de longa duração do Museu do Café e que ele possa ser não apenas uma das maiores referências culturais e históricas de São Paulo e do Brasil, mas do mundo. Nós temos toda a certeza de que podemos ser o primeiro lugar do mundo também aqui no Museu do Café”, projetou.

Exposição

A mostra “O intercâmbio entre as culturas – França e Brasil – cafés, feiras e ciência” destaca a importância decisiva do país europeu na chegada do café ao Brasil, a influência francesa na consolidação das cafeterias como espaços de socialização e as parcerias comerciais e científicas entre os dois países. Aberta ao público até 31 de março de 2010, a exposição é uma realização do Museu do Café – Organização Social ligada ao Governo do Estado de São Paulo –, e patrocinada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Se atualmente o Brasil é o principal produtor e exportador de café do mundo, a França tem papel fundamental nesse processo. Basta citar que as primeiras mudas e sementes que desembarcaram no país vieram da Guiana Francesa em 1727, como presente da esposa do governador, Sra. d’Orvilliers, ao Capitão Francisco de Melo Palheta. No entanto, o hábito francês de beber café é bem anterior a esse período. Prova disso são registros como o livro “O bom uso do chá, do café e do chocolate para a preservação e para a cura de doenças”, escrito pelo médico Mr. De Blegny, ainda sob o reinado de Luís XIV. O raríssimo exemplar, publicado em 1687, é um dos principais destaques da exposição.


Livro francês, de 1687: “O bom uso do chá, do café e do
chocolate para a preservação e para a cura das doenças”

A viagem no tempo, proporcionada pela mostra, contempla ainda a chegada das cafeterias à França, em 1672. Por meio de postais e imagens, está registrado um modelo de estabelecimento que se espalharia pelo mundo como ponto de encontro para discussões políticas e culturais, ou mesmo para momentos de descontração e prazer. No Brasil, as cafeterias chegaram ao final do século XIX e início do XX – fortemente influenciadas pelo modelo francês – como é possível perceber em painel dedicado ao Café do Rio, tradicional reduto dos jornalistas cariocas.

“As revoluções sociais nasceram nos cafés. Isso era até motivo, quando havia alguma agitação, para que os governos fechassem primeiro os cafés. Eles sempre foram locais de encontro, de discussão, locais de novas ideias. O café é um indutor da agilidade mental”, resume Linneu Carlos da Costa Lima.

O acervo contempla ainda a participação brasileira nas Exposições Universais. As feiras, sediadas nas cidades de Paris (1855, 1867, 1878 e 1889) e Beauvais (1885), tinham como objetivo oferecer um panorama das riquezas das nações participantes. O Brasil, além das madeiras da Amazônia e do Pará e dos diamantes de Minas Gerais, exibia o café como principal produto agrícola nacional. Esses eventos foram fundamentais para a expansão da exportação do café brasileiro para solo francês. Atualmente, a França é a nona maior importadora do café produzido no Brasil.

“O caso do café é emblemático. Ele foi o grande general que abriu não só o território brasileiro, mas os mercados externos para o Brasil. E a França, como tinha uma importância cultural muito grande, difundiu o hábito do café para o resto da Europa. Então, a presença da França no mercado brasileiro foi fundamental para o desenvolvimento da nossa atividade rural cafeeira”, explica Roberto Rodrigues.

A mostra termina com o panorama das cooperações entre os dois países no estudo e pesquisa com vários produtos agrícolas, entre eles, o café. A parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e o francês Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica pelo Desenvolvimento (CIRAD) já existe há mais de trinta anos e visa o desenvolvimento de variedades mais resistentes e de melhor qualidade.

“Com a França nós estamos buscando qualidade, blends diferentes. Também estamos buscando conhecer a história, fazendo digitalização de arquivos e imagens”, revela João de Almeida Sampaio Filho.

Outras inaugurações

A noite do dia 22 de outubro marcou também a apresentação ao público da sala que passa a abrigar o Centro de Informação e Documentação do Museu do Café. O espaço, localizado no piso térreo do Palácio da antiga Bolsa Oficial de Café, passou por adaptações para receber os livros e documentos históricos que fazem parte do acervo da instituição.

A verba para a implantação do novo ambiente foi conseguida por meio do “Programa Caixa de Adoção de Entidades Culturais”, da Caixa Econômica Federal, que disponibilizou R$ 106 mil para a execução do projeto. Em seu discurso, durante a solenidade de abertura da noite, o Gerente Regional da CEF, Sidney Soares Filho, ressaltou a atuação da entidade nas áreas social e cultural, e a importância econômica da cidade de Santos. “Para a Caixa, a noite de hoje é um momento histórico. Tão histórico quanto o momento em que abrimos nossa primeira agência em Santos. É importante lembrar que a primeira agência da Caixa aberta fora da cidade de São Paulo foi em Santos”, lembrou.

O objetivo é que, após a conclusão do projeto, parte do material catalogado seja disponibilizado, de forma gratuita, na página do Museu do Café na internet. “Teremos nosso sistema interligado a outras entidades que possuem informações e pesquisas sobre o café”, explica Eduardo Carvalhaes Jr., Conselheiro da Associação dos Amigos do Museu do Café. “Esse projeto viabiliza a implantação de um centro de informação e documentação à altura da importância do café e do que o Museu do Café se propõe enquanto referência nacional na preservação dessa história”, completa.

O evento realizado no dia 22 de outubro celebrou também a abertura da mostra sobre o transcurso dos 90 anos da Sociedade Rural Brasileira. O acervo está disponível para visitação até 22 de novembro e traz quadros de artistas como Antonio Ferrigno, Rosalbino Santoro e Oscar Pereira da Silva – que fazem parte do acervo da instituição –, bustos e retratos de alguns dos ex-presidentes da SRB.

A mostra registra a história da entidade fundada em 1919 pelos barões do café e que funciona como agente negociador político do agronegócio, disseminador de conhecimento e gerador de oportunidades e negócios para a cadeia produtiva rural. A entidade mantém 21 departamentos setoriais ativos que contemplam as principais atividades rurais.

Em seu discurso, o Presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário Ramalho da Silva, relacionou a realização da mostra no Museu do Café com a ligação histórica da entidade com o produto. “Por isso nós estamos aqui no Museu do Café. Atendendo a um convite simpático, que muito nos honra, e trazendo uma parte do nosso acervo”, disse.

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