O
17° Encafé aconteceu entre os dias 18 e
22 de novembro, no hotel Vila Galé Marés,
no litoral baiano. Reunindo mais de 550 participantes,
o evento, promovido pela ABIC – Associação
Brasileira da Indústria de Café discutiu
e analisou, em suas palestras e grupos de discussões,
as oportunidades e perspectivas do mercado de cafés
de alta qualidade, além de avaliar a situação
geral da indústria de café no Brasil.
Em seu discurso na cerimônia de abertura, o
Presidente da ABIC, Almir José
da Silva Filho, ressaltou que a entidade
acompanha a expansão desse mercado ampliando
seus programas de qualidade e certificação.
Afirmou também que o consumo brasileiro poderá
superar em 8% o volume de 2008. Porém, ressaltou
que a questão da baixa rentabilidade do setor
precisa ser o foco das ações da ABIC
em 2010, para ajudar as empresas a buscar formas de
aumentar a lucratividade e também novas formas
de comercialização.
Em
seu pequeno discurso nesta cerimônia, Néstor
Osorio, Diretor Executivo da OIC
– Organização Internacional
do Café, disse acreditar que o Brasil tem
uma indústria cafeeira sólida com
bases para continuar progredindo em termos de
consumo, ressaltando que mesmo com a crise mundial
todos da cadeia lutaram para manter uma indústria
vigorosa. Já Eduardo Salles, Secretário
interino de Agricultura do Estado da Bahia, afirmou
que o estimulo aos cafés de alta qualidade
tem mudado os preços e a realidade do campo.
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Durante a cerimônia de abertura foi lançado
o “Guia ABIC da Qualidade dos Cafés do
Brasil”, que traz um conjunto de informações
técnicas e inéditas, com o objetivo
de ampliar o conhecimento de torrefadores, industriais,
exportadores e importadores. É um documento
que mostra as características físicas
e sensoriais do café de 18 associações
e cooperativas de diversas regiões produtoras.
Na manhã do dia 19, o Diretor Executivo da
OIC, Néstor Osorio, fez uma apresentação
onde analisou o mercado mundial. Segundo o executivo,
a safra 2009/2010 tem a expectativa de uma produção
entre 123 e 125 milhões de sacas. Apesar do
bom volume de produção, consumo e exportação,
a rentabilidade deverá ser um problema para
a cadeia produtiva.
Osório disse que “o café especial
é um fenômeno que ainda vem sendo assimilado”,
e destacou a importância do papel das agências
certificadoras. O consumidor, segundo o executivo,
é quem dará a resposta ao trabalho de
promoção do produto de qualidade.
Durante o Encafé foi realizado o 6º Concurso
Nacional ABIC de Qualidade do Café. O produtor
mineiro Luiz Carlos Garcia, da Fazenda Santa Amália,
de Machado, foi o campeão. Seu lote recebeu
o maior lance no leilão: foi arrematado por
R$ 3.001,00 a saca pelo Consórcio Viva Brasil,
integrado pelas indústrias Café Baronesa,
Café Cajubá, Café Astória
Real e Café Damasco, que passam a ser as empresas
campeãs do certame deste ano.

Nathan
Herszkowicz, Mônica Pinto, Michael Timm, presidente
da ACS,
Eduardo Carvalhaes Jr. e Ewaldo Wachelke, nas provas
do Concurso ABIC
O encerramento do evento foi com “chave de ouro”.
Com o patrocínio do CECAFÉ – Conselho
dos Exportadores de Café do Brasil, a palestra
de encerramento, realizada no sábado dia 21,
foi do alpinista Waldemar Niclevicz, o primeiro brasileiro
a escalar o Everest, o K-2, além dos pontos
mais altos de cada um dos continentes do planeta.
Após uma hora e meia de apresentação,
Waldemar foi aplaudido pela plateia, em pé,
por mais de 3 minutos, sendo que a emoção
dominava todos os presentes.
Para Waldemar, um dos grandes desafios do setor é
levar o brasileiro comum a sentir orgulho pelo ótimo
produto cultivado no país. Para o alpinista,
esse desafio pode ser comparado com uma grande montanha,
onde se exige uma preparação adequada,
uso de recursos disponíveis e a disposição
para superar grandes obstáculos.
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