No dia 24 de março o Museu do Café inaugurou a exposição que celebra seus 12 anos de existência. Em cartaz até 20 de junho, O café no espaço da cidade: 12 anos do Museu do Café e a revitalização do Centro Histórico de Santos explora a relação da instituição com a cidade de Santos, em especial com a região central do município. A cerimônia de abertura também foi marcada por uma homenagem a Luiz Marcos Suplicy Hafers, presidente do Conselho de Administração da Associação dos Amigos do Museu do Café. A partir daquela data, Hafers empresta seu nome ao Centro de Informação e Documentação do Museu do Café.

Apresentar a ligação histórica entre o café e o centro de Santos: esse é o objetivo da mostra inaugurada pelo Museu do Café. O produto, no final do século XVIII, foi agente acelerador do processo de evolução urbana da cidade e responsável por atribuir ao centro, antes pólo econômico, político e social, perfil mais segmentado de utilização. Foi também o café que fez do centro de Santos a sede da primeira bolsa de mercadorias agrícolas do País e capital mundial dos negócios do café, com a inauguração, em 1922, da Bolsa Oficial de Café.

Luiz Hafers e Senhora descerrando a fita inaugural

Anos mais tarde, a restauração do edifício do Palácio do Café e sua reabertura, agora como equipamento cultural, fez do Museu do Café personagem privilegiado e atuante no processo de revitalização do Centro Histórico da cidade, movimento que pouco tempo depois se consolidaria oficialmente com o projeto “Alegra Centro”, transformando a região central da cidade em pólo turístico e cultural.

Para contar essa história, a exposição utiliza recursos audiovisuais que contemplam passado e presente, ajudando a contextualizar a relação entre o centro de Santos, o café e edifício da Bolsa Oficial de Café ao longo do tempo. Logo em sua abertura, a mostra lança mão desse expediente. A exibição do documentário, com cerca de 15 minutos de duração, pretende fazer um diagnóstico do Museu do Café, seus objetivos e sua evolução com o passar dos anos. Para isso traz depoimentos de ex-funcionários, diretores e outros profissionais que de alguma forma acompanharam ou participaram dessa transformação.

A mesma sala serve também para o desenvolvimento de atividades educativas e pedagógicas relacionadas ao tema da exposição. No chão, um mapa da cidade de Santos permite a grupos escolares maior entendimento sobre a localização das áreas da cidade e a evolução urbana –principalmente em função da riqueza trazida pelo café – que levou à habitação, e consequentemente viabilizou o progresso de outras regiões do município. A intenção do espaço é despertar a atenção dos visitantes de maneira lúdica, alimentando-os com perguntas para a mostra que conhecerão a seguir.

A exposição continua pela galeria do piso superior do Museu do Café. Seis totens exibem doze paineis que trazem mais sobre a evolução do centro de Santos, sua degradação e revitalização, e também a respeito da trajetória do Museu do Café. Compostos por textos, gráficos, fotos e imagens, os painéis destacam o trabalho desenvolvido pela instituição em seus 12 anos de atuação, as principais ações realizadas, documentos e dados relevantes.

A mostra termina em duas nuvens de som. Uma delas destaca as impressões das pessoas que vivem o centro de Santos atualmente, contrapostas aos depoimentos daqueles que viveram o centro tempos atrás. O contraste ajuda a compreender a relação da população com a região central da cidade e evidenciar seus diferentes usos no decorrer dos anos. A outra nuvem se dedica à trajetória da Bolsa Oficial de Café e do edifício que a abrigou até sua transformação no Museu do Café. Os relatos recolhidos são de corretores de café e outros profissionais ligados ao mercado cafeeiro e também de ex-diretores e colaboradores do Museu do Café.

A exposição O café no espaço da cidade: 12 anos do Museu do Café e a revitalização do Centro Histórico de Santos é uma realização do Governo do Estado de São Paulo, da Secretaria de Estado da Cultura e da Associação dos Amigos do Museu do Café. O período de visitação ao público vai até 20 de junho de 2010.

Homenagem

A noite de abertura da exposição também foi marcada por uma homenagem ao presidente do Conselho de Administração da Associação dos Amigos do Museu do Café. Luiz Marcos Suplicy Hafers agora empresta seu nome ao Centro de Informação e Documentação da entidade.

Em seu discurso durante a solenidade, Linneu Carlos da Costa Lima, Presidente do Museu do Café, destacou a justa homenagem ao personagem tão importante na história da instituição, destacando seu empenho e dedicação para o desenvolvimento do museu. “Nós agradecemos por você aceitar essa homenagem da diretoria e dos conselheiros do Museu do Café”, reforçou Costa Lima.

Luiz Marcos Suplicy Hafers, o homenageado da noite

Com a palavra, Hafers destacou o orgulho de batizar o Centro de Informação e Documentação do Museu do Café, lembrando que é somente através da educação que uma nação pode evoluir. “Eu tenho orgulho de ser santista e tenho orgulho de ser brasileiro”, disse concluindo seu discurso já sob aplausos.

O Centro de Informação Luiz Marcos Suplicy Hafers funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, e aos domingos entre 9h e 14h. O Museu do Café está localizado na Rua XV de Novembro, 95, no Centro Histórico de Santos. Seu horário de funcionamento é de terça a sábado, das 9h às 17h, e aos domingos entre 10h e 17h.. Os ingressos para visitação custam R$ 5 e são vendidos até as 16h15. Estudantes e pessoas acima de 60 anos pagam meia-entrada.